1. |
Antigo Sofá de Molas
03:44
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Antigo sofá de molas
Tem apenas dois assentos
Guarda todas as verdades
Desde os mais remotos tempos
Teu espaço confinado
Não diminui nem limita
És micro e macrocosmos
Tua grandeza é infinita
Desenhado em cavernas
Citado em alfarrábios
De todos os homens da terra
Acolheste os mais sábios
Em tuas molas jaz o mistério
O segredo da criação
A lei do eterno retorno
O universo em expansão
Portal do universo paralelo
Stonehenge do meridiano
Carregas em ti derradeiro elo
Entre o homem e o supra-humano
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2. |
Plantador
03:37
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Pra te ver
Eu tô largando tudo
Pra te ver
Deixei a luz ligada
Pra pensarem qu'eu tô em casa
Eu vou a pé
Não quero mais voltar
Diz pra mim
Que medo é esse do que vai rolar
O que tá se passando na tua vida
Meu irmão
Se o vento bate forte
Pé no chão
Aquela vida
Não vai mais me escapar
Vem pra mim
Vem pra mim
Teu escudo
É a testa
E a cara pra bater
E se duvidar da fala
Eu como bala de borracha
A morte é só
Uma forma de viver
Vou atrás
Achando que isso tudo é muito mais
E se tudo der errado
Eu vou bandear ali pra baixo
Vou ser um plantador
No uruguay
Aquela vida
Não vai mais me escapar
Vem pra mim
Vem pra mim
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3. |
O Tempo Que Te Resta
04:13
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Fala pra mim de quanto
Precisa pra passagem
Posso te dar um apoio?
Uns goles de cachaça?
Está tão frio aqui fora
Não quer dormir na minha baia?
Fala que te quer bem
Venha me dar um abraço
Esses ombros cansados
Carregam o mundo todo
E se contenta com pouco
Porque pouco é o que há
Se o ócio é prejuízo
Quem será que perde ao descansar?
E no sonho delírio
Crio meu caminho
Vamos beber na rua
Vamos morar na praça
Vamos fazer fumaça
Sem usar gasolina
Vamos fazer a faxina
Que a cidade é nossa
E no garrão da terra
Sangue, suor e mate
Não há nenhum combate
Que não se faça interno
Não há nada mais moderno
Que o nosso passado
Temos as duas mãos
Temos ambas as vias
E só haverá saída
Se o trabalho unir
Gira roda da história
Chega com novos ciclos
Renascidos
De ruínas
E vai adiantar tu se esquivar
Ou se esconder
De um pássaro de luz
Que te transpassa o ser?
Vida velha e descompassada
Que fique para trás
Quebrando a casca
Um novo mundo se faz
Vamos beber na rua
Vamos morar na praça
Vamos fazer fumaça
Sem usar gasolina
Vamos fazer a faxina
Que a cidade é nossa.
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4. |
Dakar
03:32
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Gosto do chão que piso
Aqui pisaram meus pais
E os pais dos meus pais
Desde muito tempo atrás
Não achei mais meu osso
Quando fui procurar
Um punhado de terra
Eu guardei pra viajar
Tordesilhas
Colônia, terra adentro
Tratado de madri
Massacre guarani
Prometida
A terra de passagem
Antes ninguém queria
Agora vale a viagem
E eu
Que atravessei o mar
Larguei tudo pra vir pra cá
Mas é isso que a gente faz
Criar raiz mas sem ficar
Porque a raiz tá sempre lá.
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5. |
Grande Coisa
04:40
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Pensava que tinha descoberto a roda
Mas era só um pedaço da curva
Apenas um capitulo do livro
Somente uma pétala da rosa
E o que achava ter sabido
Não era nada demais
Desnecessário
Sentimento neutro para o seu passado
Sentia agora o peso do tempo
Não era bem um arrependimento
E nem uma vergonha de quem fora
Mas o erro de julgamento
Te levou a suar
Mais que devia
Algumas antenas foram desviadas
Sintonizadas em outra frequencia
Não sabe se foi Deus ou foi ciência
Aos poucos ele vai se transformando
E a cada 6 ou 7 anos
Ele não era mais
Reconhecivel
O galho mais duro
Vai romper primeiro
E vai levar junto
Aquilo que é morto
E precisa cair
E vai
Nascer
De novo
Ninguém sabia
O quão bom seria
Se as nossas vidas
Fossem tudo aquilo que sonhamos
Pensava que tinha descoberto a roda
Mas era só um pedaço da curva
Apenas um capitulo do livro
Somente uma pétala da rosa
E o que achava ter sabido
Não era nada demais
Desnecessário
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6. |
Acalma o Coração
03:42
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O teto me dá um beijo de bom dia
O frio me dá uma espécie de abraço
Recém voltei pro mundo dos sentidos
Estou me adequando ao tempo-espaço
E abro aquela tela sem nem ver o sol
Sou jogado em meio ao caos
Senhora reclamou do meu cigarro
Enquanto fuma fumaça dos carros
O câncer brotando a toda parte
E a gente estranhamente acostumado
E silenciando a voz interna que repete
Que algo aqui tá muito errado
Na escolha entre ir pra guerra
E morrer na omissão
Prefiro sempre ser muito maior que isso
Pequeno, quase nada dentro do universo
Tá tudo errado, mas vai dar tudo certo
Acalma o coração
Acalma o coração
A mente pode ir pro infinito
Mas o corpo é uma nave bem pesada
Tu vê que pode ser tudo mais fácil
Mas tem tanta aresta torta pra aparar
A minha sorte é que eu tenho os meus 'irmão'
E uma milonga pra tocar
Na escolha entre ir pra guerra
E morrer na omissão
Prefiro sempre ser muito maior que isso
Pequeno, quase nada dentro do universo
Tá tudo errado, mas vai dar tudo certo
Acalma o coração
Acalma o coração
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7. |
Comandos em Ação
04:21
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Tu anda pela rua
E olha ao teu redor
Tu teme alguma coisa
Não quer admitir
Que essa insegurança que tu sente
Não vem bem do delinquente
Mas de quem deveria proteger
Mira que ironia
Alimentamos uma cria
Que depois vai nos morder
Um pai autoritário
Um cinto sempre em mãos
Um bispo incumbido pela santa coerção
A minha liberdade é aliada e
Ela existe independente de qualquer declaração
Quem nos dá direito são a terra, o céu e o sol
E o bombear do coração
Todos nascemos livres, dizia o iluminês
Enquanto assinava e declarava novas leis
Como é que vai haver o livro arbítrio?
Se a sua própria essência está enclausurada em livros?
Ordem e progresso são duas cantilenas
Cantadas no compasso das algemas
Quem é que dá poder pra dinossauros de Brasília
Interferirem dessa forma na tua vida?
Interferirem dessa forma na tua vida?
Interferirem dessa forma na tua vida?
E tu que veste a farda
Se pergunta alguma vez
Se é realmente o povo que tu serves ou talvez
É apenas um comando em ação
Daqueles eles que não ligam nem pra nós nem pra vocês
O repressor e o reprimido
Tem os mesmos instintos de violência no seu ser
Tu anda pela rua e olha ao teu redor
Tu teme alguma coisa, não quer admitir
Que essa insegurança que tu sente
É uma projeção da mente
Um espelho social do nosso ser
Que busca harmonia em pesos diferentes
Que tenta achar a luz procurando no escuro
Ah meu bem, é tão fácil ser parte do problema
É só nascer que te cadastram no sistema
No sistema
No sistema
Ah meu bem, é tão fácil ser parte do problema
É só nascer que te cadastram no sistema
No sistema
No sistema
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8. |
Justificativa do Artista
03:50
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Eu tenho uma chama
Que tu também deve ter
E a guardo com distância e com carinho
E ela que minha vida dá sentido
É a ponte que me liga com o vazio
E eu faço o possível
Pra não me queimar inteiro
Mesmo sabendo que esse é meu destino
Moderação é lei de pergaminhos
E o fogo é o seu grande inimigo
Joga água no meu fogo
As contas pra pagar
O carro, o nome, as rusgas com vizinho
Estão atravancando meu caminho
E eu não consigo ser o passarinho
Meta álcool no meu fogo
Que é pra soltar labaredas
Incendiar o mundo todo
De loucura e de beleza
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9. |
Marasmo Barato
03:17
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Sigo dividido sem saber
Se sou âncora ou foguete
Quebro minha atenção entre fazer
Ou deixar tudo na mente
Se eu te perguntar o que tu vê
O que tu faz diariamente
O que te faz feliz e o que tu sente
As respostas não serão tão coerentes
O marasmo da vida
O barato da vida
O que tu vai escolher?
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10. |
Madre Pan
04:59
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Mira que tengo aire, mira que tengo mar
Mira que tengo cielo pa alentar
Mira que tengo vos sintiendo mi dolor
Cuando te quedas sola en medio a la multitud
Mira que tenes pan cuando creyes en mi
Te regalé la lluvia, no hay que competir
Rasca mi piel con muros, tenes que distinguir
Yo no te pido sangre, eso no te hace grande
Yo no te pido sangre, nena
Soy tambor
Como vos
Soberana
Sin banderas
Tenes boca
Que hable por mi
Soy roca dura y más toda la suavidad
Guardada en tu mente, vive porque lo siente
Solamente un reflejo de lo todo que hay
No solamente gea, pero toda la espiral
No solamente gea, nena
Soy tambor
Como vos
Soberana
Sin banderas
Tenes boca
Que hable por mi
Serena viajante estelar
Ventre macrocosmico solar
Solo, grama, rua
Casa e mãe
Teu beijo vento é cama pra voar
Sou teu ser dos cumes às dorsais
Tu é aquario
Aonde vou nadar
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Cuscobayo Porto Alegre, Brazil
Música popular do sul do Brasil e da América do Sul.
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